Aos 93 anos, ex-comentarista fez história, especialmente no Rio Grande do Sul, onde nasceu.
O jornalismo esportivo está mais pobre. Na noite desta sexta-feira (27), morreu Ruy Carlos Ostermann, o principal nome da imprensa do Rio Grande do Sul e para muitos o maior comentarista de rádio no Brasil em 103 anos de história. O Professor, como era conhecido, faleceu após um mês de internamento no hospital Moinhos de Vento, na área nobre de Porto Alegre, causado por uma dengue, que depois provocou uma pneumonia.
Ruy Carlos Ostermann virou referência para gerações de jornalistas pelo perfil erudito e popular. Ele sempre considerou seu público preparado para compreender sua opinião, mas não era prepotente para impor uma linguagem rebuscada. Tinha, como ele próprio explicara diversas vezes, um olhar “cíclico” sobre o jogo de futebol – a opinião partia de um determinado ponto e voltava a ele para que houvesse lógica na análise.
Mestre do jornalismo esportivo
A partir de 1978, Ruy Carlos Ostermann virou uma grife nacional. Trocou a Caldas Júnior pela RBS naquela que é considerada a transferência profissional que consolidou a troca da preponderância das empresas jornalísticas do Rio Grande do Sul. E daquele ano até encerrar a carreira, em 2014, foi constante convidado de programas esportivos da TV Globo e do canal SporTV, em especial durante as Copas do Mundo.
Não à toa a morte do Professor entristeceu profissionais de todo o País, desde jovens jornalistas até “medalhões” da imprensa esportiva, como Galvão Bueno, Juca Kfouri e Milton Neves. Com ele, também parte um estilo profissional, um referencial de como devemos proceder ao cobrir o esporte.